segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aos jovens entusiasmados estudantes de teologia...


Inegavelmente Deus tem levantado jovens cristãos, de alguma forma insatisfeitos com o atual cenário da igreja evangélica, a buscarem a autenticidade do cristianismo nas Escrituras. Eu mesmo tenho passado por esta experiência, mas tenho sido muito cauteloso antes de comprometer-me inteiramente com alguma visão interpretativa das Escrituras e do Evangelho, por mais históricas que sejam. Também não me impressionam  o número e o renome dos seus defensores ao longo do tempo, tais características, ainda que tendam a impressionar, não podem ser levantadas como aspectos autênticos da verdade.

Neste meu caminho tenho me disposto a colocar tudo em prova, qualquer doutrina que não esteja objetivamente exposta nas escrituras, e que não tenha sido ao meu coração entregue em virtude da minha salvação, isto é que é por intermédio de Cristo que estou reconciliado com Deus. 

Por mais profundas que estejam entre minhas convicções, estou expondo tudo ao juízo das Escrituras, até mesmo minhas interpretações dela, e assim pretendo sempre continuar. 

No entanto não tenho visto essa disposição em muitos desses jovens, a maioria foram altamente comprometidos com a onda neopentecostal/apostólica "moderna", mas ao alcançarem maior maturidade cristã desiludiram-se com esta espécie de movimento e imediatamente entregaram-se [com a entrega habitual] à visões que lhes pareceram mais bíblicas. Neste sentido um exemplo bem clássico é a aderência de muitos jovens oriundos de tais igrejas, da chamada terceira onde pentescostal, ao calvinismo, ou teologia reformada. 

Neste caminho que, em Cristo, estou trilhando recomendo que sejamos mais cautelosos, não nos apaixonemos facilmente por algum estereótipo cristão, mas nos aprofundemos na histórias das doutrinas cristãs, é o momento de revermos tudo e conhecer-mos de forma global a nossa fé, de corrigirmos possíveis incompreensões, ou de ratificarmos autênticas interpretações, não sejamos preguiçosos no pensar e no julgar, nos desprendendo das afeições denominacionais, que nos restringem nesta busca, para considerar todas as alternativas, ao menos as alcançáveis, e confrontá-las entre si.

Para exemplificar o que disse, transcrevo o caso de um calvinista em relação ao arminianismo, mas poderia ser o contrário. Foi originalmente postado em: http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=419


Mark A. Ellis é um calvinista que resolveu estudar a teologia arminiana. Para isso recorreu às fontes e começou a traduzir a Confissão Arminiana de 1621. Antes disso, o que ele sabia dos arminianos era que eles eram socinianos e pelagianos. Ficou surpreendido com o que descobriu. Abaixo, segue alguns trechos de sua introdução ao livro "A Confissão Arminiana de 1621".Alguns acharão estranho que alguém que não é de tradição arminiana se encarregaria da tradução desta primeira e muito importante confissão remonstrante. Minha exposição inicial à teologiaarminiana surgiu quando, como pastor calvinista de uma igreja batista reformada, um amigo me desafiou a ler as obras de Jacobus Arminius (1560-1609). Tendo sido ensinado que ele era tanto sociniano quando pelagiano, me surpreendi quão calvinistas suas afirmações soaram a respeito do trinitarianismo, da Escritura, do pecado original e da necessidade da graça...

confissão também beneficia aqueles que vem de tradições calvinistas/reformadas. Ela dissipa deturpações comuns, tais como que os arminianos eram socinianos, uma acusação que os oponentes dos arminianos levantam contra eles desde o início do conflito. No capítulo três da confissão, os remonstrantes repudiam claramente as negações socinianas da divindade de Cristo e da trindade e fornecem uma declaração ortodoxa do Trinitarianismo, a eterna geração do Filho e emanação do Espírito Santo e o compartilhamento da natureza divina por ambos.

Mais comuns são as acusações de Pelagianismo. A Confissão dá ampla evidência de que os remonstrantes não aderiram à teologia de Pelágio. Ao passo que Pelágio ensinou que o pecado de Adão afetou a ele apenas e somente servia como um mau exemplo aos seus descendentes, os remonstrantes afirmavam que todos os homens exceto Jesus Cristo estavam "envolvidos" no pecado de Adão e assim ficaram sujeitos à "morte e miséria" e "destituídos da verdadeira retidão necessária para obter a vida eterna, e conseqüentemente são agora nascidos sujeitos a essa morte eterna e diversas misérias".

Ao passo que Pelágio definia a graça como a capacidade natural conferida através da criação, junto com a mente iluminada pela pregação da lei, os remonstrantes afirmavam que a graça é uma "obra especial" que somente operavam naqueles que crêem... Eles reafirmavam a incapacidade humana e a necessidade da graça e que a salvação é obra de Deus. É somente pela graça que as pessoas "podem realmente crer em Cristo o Salvador, obedecer seu evangelho e se livrar do domínio e culpa do pecado"... Os remonstrantes claramente não eram pelagianos.

Se não eram pelagianos, eles eram semipelagianos?... O Semipelagianismo começou com uma reação de monges que concordavam com Agostinho sobre as doutrinas do pecado original, incapacidade do homem para executar qualquer ato de valor salvador e a necessidade de iluminação, mas defendiam a liberdade da vontade atribuindo a ela o ato inicial da fé. Pecadores caídos tomam a iniciativa e Deus responde. Eles [os semipelagianos] também ensinavam que as pessoas podiam, de si mesmas, livremente aceitar e perseverar na graça. Novamente, se deixarmos a história definir os rótulos, nem Arminius nem os remonstrantes foram semipelagianos.

Isso é o que acontece quando um calvinista realmente se dá ao trabalho de estudar a teologia arminiana. Ele se liberta de todos os rumores malévolos de que a teologia arminiana é isso ou aquilo.

Um comentário:

  1. Muito bom! Eu acredito que Deus criou o homem e deixou o manual de instrução, a “BÍBLIA SAGRADA!” A bíblia é a divina revelação da palavra de Deus e não produtos enlatados, eu costumo dizer que: “As pessoas precisam parar de comer tudo o que dão. E começar a questionar! ” Alguém escuta alguma coisa de alguém, e saem falando, sem questionar, sem saber se é verdade ou não. As pessoas precisam se perguntar! Será que a minha crença esta de acordo com a lei de Deus? Será que a religião que eu nasci sempre me falou a verdade? Quando uma pessoa morre pra onde ela vai? Ela volta? A bíblia apóia o homossexualismo? Quem não herdara o reino de Deus? O que devo saber sobre idolatria, imagens e escultura? O que devo saber sobre o único batismo? Será que tem uma seqüência para salvação? A quem eu devo me confessar, quem pode me perdoar? Religião salva alguém? Essas e outras perguntas e respostas em:
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