John Wesley, desde que entrei em contato com sua biografia (pela primeira vez através do livro Heróis da Fé de Orlando Boyer), com apenas um ano de convertido, passei a ter uma espécie de encanto, de fascínio e me servi dele como fonte de inspiração, me surpreendeu a sua entrega de si a Deus, seu interesse em crescer na graça e no conhecimento de Deus.
Logicamente este grande homem de Deus, não deixara de fazer jus a sua condição humana, por isso não somente seus acertos, os seus erros me fazem aprender mais sobre a caminhada que todos nós temos que traçar em direção Àquele que nos é por chegada.
Aprendo com John Wesley na sua busca frenética pela segurança de sua salvação nos primórdios de seu ministério, sobre o não conformismo com a falta de certeza para com o amor de Deus, o não sossegar até que de fato se tenha paz com Ele. Aprendo sobre o seu compromisso disciplinar nesta busca, seus métodos, sua entrega ao encontro de Deus, mesmo sendo o seu ambiente social o do racionalismo moderno, aprendo sobre como manter-se devoto acoplando fé e razão mesmo em um ambiente desfavorável. Ainda neste momento da busca de Wesley, aprendo sobre o não confiarmos em nós mesmo e nem em nossas próprias obras para salvação de nosso alma, visto que nossas obras por mais vastas que sejam, e no caso de Wesley elas eram demasiadamente vastas, não podem apaziguar a alma humana em sua relação com o Criador. Que não basta ao homem visitar os presídios, alimentar os pobres, reunir-se em agrupamento para oração e leitura bíblica, ser perseguido e injuriado ou viajar sob grande risco de vida afim de levar o evangelho aos que ainda não o ouviram, como fez Wesley, não! Nada disso serve ao homem para que ele possa alcançar de Deus o benefício da salvação.
Aprendo com Wesley a examinar tudo e reter o que é bom, visto que ele conseguiu encontrar nos místicos católicos, nos pietistas alemães (os morávios), dentre os puritanos, no corpo de credos da igreja oficial, em seus amigos, em seus pais, e em tantos outros lugares e pessoas expressões que carregavam em si o verdadeiro cristianismo, prova disto é que foi em uma reunião dos morávios que Wesley sentiu o seu “coração estranhamente aquecido” enquando alguém lia uma introdução a carta aos romanos escrita por Lutero. Aprendo com Wesley que os méritos que nos podem trazer segurança de nossa salvação são completamente de Cristo, que a segurança da salvação consiste no testemunho do Espírito em nós testificando que somos filhos de Deus, consiste em plena confiança de que Deus nos amou e de que em Cristo estamos seguros.
Aprendo sobre a “Luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo”, que mesmo todos os homem estando em total estado de corrupção, mortos em seus delitos e pecados, Deus não deixa nenhum deles fora do alcance desta Luz, que antes de tornar-se carne já iluminava a todo homem, pois “as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” como fala as Escrituras, capacitando ao homem, que por si mesmo não pode desejar o bem, mas tem a sua vontade e arbítrio escravo do pecado, a escolher o bem, persuadindo e até mesmo inclinando a sua vontade ao bem, contudo, sem que o destitua de seus atributos que o personifica como ser moral. Sendo assim, aprendo que toda obra da salvação vem de Deus, dEle é a iniciativa, Ele nos amou primeiro, dEle é a nossa capacidade de fazer o bem, tanto o querer como o efetuar são dEle, o que nos compete é somente receber, apenas nos resta crê e confiar que o que ele fez já é suficinete, pois “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. Quanto a condenação esta é obra humana visto que “negligenciou tão grande salvação”, visto que “não creram para que fossem salvos”, visto que “sempre resistiram ao Espírito Santo”, porque “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”.
Que somos predestinados deste a fundação do mundo por que deste a fundação do mundo, para Deus, tudo já era. Que nEle não há nem passado, nem futuro, mas todo o tempo esta diante dos olhos dele.
Aprendo Que a perfeição cristão não significa a ausências de tentações. Que perfeição cristã não é um estado de perfeição permanente, mas que se pode vir a sucumbir aos anseios da carne novamente. Que este estado não corresponde ao que atingiremos quando formos glorificados, quando recebermos corpos incorruptíveis. Antes é “ter a mente de Cristo” em vida, ter a consciência emergida em amor, ter o desejo ardente de cumprir a vontade de Deus, é em si viver o “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” ao ponto de se encher tanto de Deus que não sobre espaço para as suas corrupções carnais e possa dizer: “não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.
Aprendo com Wesley sobre o seu desejo de nunca dividir, mesmo com uma igreja em sua época fria e não tolerante com ele e com o povo chamado pejorativamente de metodistas, antes seu conselho e desejo era que aquele pouco de fermento, os metodistas, levedassem toda a massa. Percebo isso em suas cartas de reconciliação para com Whitfield, nas convenções convocando todos os que ficaram conhecidos como metodistas ou partilhavam do mesmo avivamento na Inglaterra, morávios, calvinistas e wesleyanos afim de se minimizassem ou mesmo aniquilassem as suas divergências. E mesmo somente em seu leito de morte consentir com a criação a Igreja Metodista.
Wesley, foi um grande avivalista, estudioso (estudava não somente teologia e filosofia, mas também ciências naturais), bom administrador (foi o principal organizador do movimento metodista), pregador (pregou mais de 40 mil sermões), acreditava que para que a mensagem evangélica obtivesse melhor êxito, tinha que investir na educação, por isso arrecadou fundos construiu orfanatos, educou a classe proletária, e assim deixou o registro na história da Inglaterra do que é capaz de fazer um homem posto nas mão de Deus.
NEle para o Qual é toda a glória e que sem Ele qualquer John Wesley é mero vaso de barro
Tiago M. Barros