quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

JUSTINO MÁRTIR (100-165 D.C) - Sobre a condenação e salvação dos homens

JUSTINO MÁRTIR (100-165 D.C)




"Do que dissemos anteriormente, ninguém deve concluir que a consequência do que afirmamos que se sucede ocorre por necessidade do destino, pelo fato de que dizemos ser de antemão conhecidos os acontecimentos. Para isso, vamos esclarecer também esta dificuldade. Nós aprendemos com os profetas e afirmamos que isto é a verdade: que os castigos e tormentos, igualmente as boas recompensas, dão-se a cada um conforme as suas obras, pois se não fosse assim e se ocorresse pelo destino, não existiria em absoluto o livre-arbítrio. Com efeito, se está determinado que este seja bom e aquele mau, nem aquele merece louvor, nem este vitupério. E se o gênero humano não tem poder para fugir por livre determinação daquilo que é vergonhoso e optar pelo belo, é irresponsável por qualquer ação que faça. Porém, que o homem é virtuoso e peca por livre escolha, o demonstramos pelo seguinte argumento: vemos que o próprio sujeito passa de um extremo a outro. Pois bem: se fosse determinado ser mau ou bom, não seria capaz de fazer coisas contrárias nem mudaria [seu comportamento] com tanta frequência. Na verdade, não se poderia dizer que alguns são bons e outros maus a partir do momento em que afirmamos que o destino é a causa de bons e maus, e que faz coisas contrárias a si mesmo; ou deve se ter por verdade aquilo que já anteriormente insinuamos, a saber: que virtude e maldade são meras palavras e que apenas por opinião [pessoal] se classifica algo como bom ou mau - o que, como demonstra a verdadeira razão, é o cúmulo da impiedade e da iniquidade. O que afirmamos ser destino ineludível é que a quem escolher o bem, espera-lhes digna recompensa; e a quem escolher o contrário, espera-lhes igualmente digno castigo. Porque Deus não fez o homem da mesma forma que as outras criaturas, por exemplo, árvores e quadrúpedes, que nada podem fazer por livre determinação, pois nesse caso não seria digno de recompensa ou louvor, nem mesmo por ter escolhido o bem, mas já teria nascido bom; nem, por ter sido mau, seria castigado justamente, pois não agiu livremente, mas por não poder ter sido outra coisa do que foi" (1ª Apologia 43,1-8)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tenho uma grande reverência e temor a Deus, porque mesmo sabendo quem eu sou ainda me permite respirar!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Porque Deus amou o mundo... que ele não poderia ficar de fora:



Uma Breve Meditação arminiana do Advento
Autor: Roger E. Olson

Porque Deus amou o mundo... que ele não poderia ficar de fora. Sim, para acadêmicos e estudiosos pode soar simplista e até cheirar a religião popular. Mas se você tirar dessa afirmação qualquer conotação de Deus ser "solitário" ou ausente, ela é uma ótima declaração do próprio Evangelho e expressa bem a essência da teologia arminiana: o amor de Deus sobre o mundo inteiro demonstrado na encarnação e na cruz está no centro de sua teologia como seu princípio fundamental.

Estamos agora em meio ao Período do ano em que, na igreja, é lembrado o Advento. Muitos de nós estão ocupados correndo de uma lado para o outro tentando encontrar um bom presente para alguém, e sem tempo de parar e pensar sobre a "razão deste período": A encarnação que é devido ao amor de Deus.

O Advento é tudo sobre o significado do amor de Deus para o mundo inteiro, mostrados no evento em que o Deus Criador do Universo se humilhou, tornou-se vulnerável e se fez nosso servo. Algumas teologias gostariam de habitar eternamente no poder de Deus e em seu controle soberano e encontrar A glória de Deus nesses atributos.  O Arminianismo vê a glória de Deus em seu amor abnegado que o levou a entrar na nossa condição humana e sofrer junto com a gente e morrer por nós.
Melhor, Que amor é esse? Bem, se é possível descrevê-lo deve possuir alguma analogia com o melhor do que nós conhecemos como amor. E a encarnação e a cruz é capaz de demonstrá-lo. O amor de Deus é maior e melhor do que o nosso, mas não absolutamente e completamente diferente. O apóstolo Paulo liga o amor de Deus e o nosso em Filipenses 2. Devemos imitar o amor por esvaziar-nos para os outros.

Arminianismo é, em primeiro lugar (acima de todas as outras distinções) uma teologia do amor ilimitado de Deus por suas criaturas, especialmente os feitos à sua imagem e semelhança. É o transbordamento de amor incondicional e ilimitado do interior do próprio Deus trinitário.

João 3 nos diz que o propósito de Deus na encarnação e na cruz não teve nada a ver com a condenar ninguém. Pelo contrário, ele tinha a ver com poupar a todos (na medida do possível). Outras teologias tergiversam sobre o significado preciso de "mundo" e algumas tentam limita-lo para "pessoas de toda tribo e nação", a fim de escapar de sua universalidade. Outros dizem que Deus não ama a todos, mas não da mesma maneira. Tudo isto é estranho ao texto e ao contrário da simples e bíblica mensagem de que "Deus é amor "(1 João).

A teologia arminiana começa e termina e permanece constantemente centrada na boa notícia de que Deus é um Deus de amor universal, incondicional e abnegado, demonstrado na encarnação e na cruz. Todo o resto das Escrituras deve ser visto sob essa luz e nunca elevados ou acima dele ou contra ele. Com certeza Deus também tem a ira, mas que não pode ser contrária ao seu amor. A ira de Deus é o amor de Deus desprezado e rejeitado.

Meu hino preferido foi escrito em 1917 por um colega arminiano Fred Lehman, que fundou a Editora Nazaren, É chamado simplesmente de "O Amor de Deus.":

O amor de Deus é tão grande
Que língua ou a pena nunca poderá descrever;
Ele vai além da maior estrela,
E alcança o mais profundo do inferno;
O casal culpado, prostrou-se com cuidado,
Deus deu o Seu Filho para vencer;
Seu filho errante Ele reconciliou,
E perdoou o seu pecado.
Refrão
O amor de Deus, quão rico e puro!
Quão imensurável e forte!
Deve durar para sempre.
Canção dos santos e dos anjos.
Quando os anos passarem,
Tronos e reinos caírem na terra,
Quando os homens, que aqui se recusam a orar,
Em rochas, colinas e montanhas clamarem,
O amor de Deus com certeza continuará,
Todo imensurável e forte;
Resgatando graça para a raça de Adão.
Canção dos santos e dos anjos.
Refrão
Se pudéssemos com tinta encher o oceano,
E se aos céus de pergaminho fizéssemos,
de cada haste na terra uma pena,
E de cada homem fizéssemos um escriba profissional
Para escrever o amor de Deus no céu,
Isso esvaziaria o oceano.
Nem poderia o pergaminho conter tudo,
Embora se estendesse de céu ao céu.

Tradução livre: Tiago M. Barros

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aos jovens entusiasmados estudantes de teologia...


Inegavelmente Deus tem levantado jovens cristãos, de alguma forma insatisfeitos com o atual cenário da igreja evangélica, a buscarem a autenticidade do cristianismo nas Escrituras. Eu mesmo tenho passado por esta experiência, mas tenho sido muito cauteloso antes de comprometer-me inteiramente com alguma visão interpretativa das Escrituras e do Evangelho, por mais históricas que sejam. Também não me impressionam  o número e o renome dos seus defensores ao longo do tempo, tais características, ainda que tendam a impressionar, não podem ser levantadas como aspectos autênticos da verdade.

Neste meu caminho tenho me disposto a colocar tudo em prova, qualquer doutrina que não esteja objetivamente exposta nas escrituras, e que não tenha sido ao meu coração entregue em virtude da minha salvação, isto é que é por intermédio de Cristo que estou reconciliado com Deus. 

Por mais profundas que estejam entre minhas convicções, estou expondo tudo ao juízo das Escrituras, até mesmo minhas interpretações dela, e assim pretendo sempre continuar. 

No entanto não tenho visto essa disposição em muitos desses jovens, a maioria foram altamente comprometidos com a onda neopentecostal/apostólica "moderna", mas ao alcançarem maior maturidade cristã desiludiram-se com esta espécie de movimento e imediatamente entregaram-se [com a entrega habitual] à visões que lhes pareceram mais bíblicas. Neste sentido um exemplo bem clássico é a aderência de muitos jovens oriundos de tais igrejas, da chamada terceira onde pentescostal, ao calvinismo, ou teologia reformada. 

Neste caminho que, em Cristo, estou trilhando recomendo que sejamos mais cautelosos, não nos apaixonemos facilmente por algum estereótipo cristão, mas nos aprofundemos na histórias das doutrinas cristãs, é o momento de revermos tudo e conhecer-mos de forma global a nossa fé, de corrigirmos possíveis incompreensões, ou de ratificarmos autênticas interpretações, não sejamos preguiçosos no pensar e no julgar, nos desprendendo das afeições denominacionais, que nos restringem nesta busca, para considerar todas as alternativas, ao menos as alcançáveis, e confrontá-las entre si.

Para exemplificar o que disse, transcrevo o caso de um calvinista em relação ao arminianismo, mas poderia ser o contrário. Foi originalmente postado em: http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=419


Mark A. Ellis é um calvinista que resolveu estudar a teologia arminiana. Para isso recorreu às fontes e começou a traduzir a Confissão Arminiana de 1621. Antes disso, o que ele sabia dos arminianos era que eles eram socinianos e pelagianos. Ficou surpreendido com o que descobriu. Abaixo, segue alguns trechos de sua introdução ao livro "A Confissão Arminiana de 1621".Alguns acharão estranho que alguém que não é de tradição arminiana se encarregaria da tradução desta primeira e muito importante confissão remonstrante. Minha exposição inicial à teologiaarminiana surgiu quando, como pastor calvinista de uma igreja batista reformada, um amigo me desafiou a ler as obras de Jacobus Arminius (1560-1609). Tendo sido ensinado que ele era tanto sociniano quando pelagiano, me surpreendi quão calvinistas suas afirmações soaram a respeito do trinitarianismo, da Escritura, do pecado original e da necessidade da graça...

confissão também beneficia aqueles que vem de tradições calvinistas/reformadas. Ela dissipa deturpações comuns, tais como que os arminianos eram socinianos, uma acusação que os oponentes dos arminianos levantam contra eles desde o início do conflito. No capítulo três da confissão, os remonstrantes repudiam claramente as negações socinianas da divindade de Cristo e da trindade e fornecem uma declaração ortodoxa do Trinitarianismo, a eterna geração do Filho e emanação do Espírito Santo e o compartilhamento da natureza divina por ambos.

Mais comuns são as acusações de Pelagianismo. A Confissão dá ampla evidência de que os remonstrantes não aderiram à teologia de Pelágio. Ao passo que Pelágio ensinou que o pecado de Adão afetou a ele apenas e somente servia como um mau exemplo aos seus descendentes, os remonstrantes afirmavam que todos os homens exceto Jesus Cristo estavam "envolvidos" no pecado de Adão e assim ficaram sujeitos à "morte e miséria" e "destituídos da verdadeira retidão necessária para obter a vida eterna, e conseqüentemente são agora nascidos sujeitos a essa morte eterna e diversas misérias".

Ao passo que Pelágio definia a graça como a capacidade natural conferida através da criação, junto com a mente iluminada pela pregação da lei, os remonstrantes afirmavam que a graça é uma "obra especial" que somente operavam naqueles que crêem... Eles reafirmavam a incapacidade humana e a necessidade da graça e que a salvação é obra de Deus. É somente pela graça que as pessoas "podem realmente crer em Cristo o Salvador, obedecer seu evangelho e se livrar do domínio e culpa do pecado"... Os remonstrantes claramente não eram pelagianos.

Se não eram pelagianos, eles eram semipelagianos?... O Semipelagianismo começou com uma reação de monges que concordavam com Agostinho sobre as doutrinas do pecado original, incapacidade do homem para executar qualquer ato de valor salvador e a necessidade de iluminação, mas defendiam a liberdade da vontade atribuindo a ela o ato inicial da fé. Pecadores caídos tomam a iniciativa e Deus responde. Eles [os semipelagianos] também ensinavam que as pessoas podiam, de si mesmas, livremente aceitar e perseverar na graça. Novamente, se deixarmos a história definir os rótulos, nem Arminius nem os remonstrantes foram semipelagianos.

Isso é o que acontece quando um calvinista realmente se dá ao trabalho de estudar a teologia arminiana. Ele se liberta de todos os rumores malévolos de que a teologia arminiana é isso ou aquilo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

IMPORTANTE

Desculpem-me não está atualizando o Blog tão constantemente, Estou um pouco apertado com o seminário e o trabalho, mas fiquem atentos, a qualquer momento vou postar novidades, abração a todos. Fiquem na Paz!!!